Jornalismo e Marketing

Uma única certeza: Vai doer. E todos vamos sofrer.

Mas, também podemos ter uma oportunidade única aí…

A pandemia mete medo em qualquer um(a) que tenha “tico e teco”. O tamanho da crise nos apavora, pois ela é simplesmente imensurável. Em meio a muitas incertezas, uma triste constatação: todos iremos sofrer. E muito!
E mais: a saída da crise será lenta.

E qual será esta saída, ou saídas? Ideias começam a surgir; certezas, nenhuma.
Antes de soluções precisamos, primeiro, acertar o passo. Sugiro o exercício de se visualizar aquela antiga ilustração onde burrinhos puxavam para lados opostos e, assim, não conseguiam alcançar o alimento. Lembram dela?

Lá, a solução passava pelo entendimento dos burrinhos de que, para se alimentar, bastaria deixar de puxar em sentidos opostos e, juntos, na mesma direção, comerem, uma porção e, depois, a outra.
Hoje, precisamos entender que ideias, pré-conceitos, inimizades e a busca pelo poder têm que ceder lugar à razão, à busca do bem comum e de caminhos menos penosos para atravessarmos os meses difíceis, muito difíceis que teremos pela frente.

Mesmo ainda sem sabermos a real intensidade da dor que cada um de nós sentirá – familiares, amigos, fornecedores, empregados, credores, devedores, trabalhadores que perderão empregos, desempregados – precisamos primeiramente nos desarmar, tirar as pedras dos bolsos para, em seguida, aprender a nos dar as mãos para construir, juntos, as saídas que ainda não temos ideia sobre quais serão.

Quanto mais cedo entendermos e internalizarmos esta necessidade, menos iremos sofrer.
Precisamos acreditar que somos mais do que esta crise sem precedentes, abastecida no Brasil pelo o combustível dos palavrões e atos embalados por rótulos cuspidos em discussões e ações simplistas sobre optar pela economia ou a saúde das pessoas.

Somos mais do que isto? Precisamos ser.
A pandemia já começa a ser despolitizada em todo o mundo, mundo que o Brasil insiste em não fazer parte.
Quantas mortes precisam acontecer ou quantos brasileiros precisam quebrar para, uma vez na vida, pensarmos no bem-estar de todos?

Em situações extremas, países deixaram de lado divergências em nome do bem comum, criando a “noção de nação” onde, além de direitos, também há deveres a cumprir.
Esta crise pode trazer consigo a oportunidade para se refletir e convergir rumo à criação de um “projeto Brasil” que, a partir do enfrentamento dos problemas decorrentes da pandemia, nos descortinasse o futuro que merecemos e precisamos construir.

Como já disse, não se trata de uma luta pelo poder e, sim, de sobrevivência. Em vez de insistir em buscar inimigos, como Dom Quixotes, precisamos usar a força dos moinhos para gerar a energia criativa e transformadora que nos revele o segredo da Fênix, ave mítica que morria para renascer ainda mais forte, nos transformando em País que ainda não temos, com “P” maiúsculo, e um consenso sobre para onde caminhar enquanto Nação.

Em vez de atirar pedras ou arremeter contra castelos e inimigos imaginários, chegou a hora de se parar, respirar, olhar para o horizonte comum e, juntos, passo a passo, começar a longa e difícil caminhada para sair da crise, ressurgindo como cidadãos preocupados com nossos semelhantes e com o nosso País, sem a ira cega dos que preferem ganhar uma discussão e perder, quem sabe, a própria vida.